sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Um cientista no Seridó?

Eu, sonhava quando era criança nas noites de lua cheia como outras crianças da minha época com naves espaciais e nós brincávamos com foguetes feitos de caixa de papelão e reproduzimos feitos de papel os balões e dirigíveis de Alberto Santos Dumont.

Nos anos de 1974, eu tinha dez anos, a minha irmã mais velha se casou com um rapaz de Carnaúba dos Dantas e eu fui passar uns dias com ela, e lá juntos com Tertuliano e outros meninos vizinhos nós empinávamos papagaios lá pelas cerâmicas do Monte do Galo, era divertido, naquela época que não existia os meios de comunicação mais versátil.

Minha convivência e andanças a Carnaúba, levou-me a conhecer Rômulo Argentiére, já idoso, olhos azuis, cabelos loiros e estatura de 1,90 cm, calmo, sereno e risonho. Certo dia, eu perguntei aos vizinhos quem era aquele senhor. Muitos respondiam que era um cientista, outros diziam que era um professor. Numa manhã, ele estava sentado na frente da casa, eu me aproximei e disse: bom dia, meu senhor ele respondeu com um sotaque estrangeiro bom dia meu caro jovem, começamos a conversar e ele contou-me a sua história.

Rômulo Argentiére, foi um dos maiores cientistas do século passado e atual. Nasceu na cidade de Amparo (SP), sendo a sua mãe alemã e o pai francês, já aluno de Madame Curie, do filósofo Longevain, etc. Logo cedo ele ganhou uma bolsa de estudos e foi estudar na França, como dominava o alemão e o francês, graduou-se em Ciências Físicas, Química e Matemática na Saborne francesa, percorreu o mundo inteiro dando palestras em várias universidades e foi perseguido pelos nazistas, voltou ao Brasil e aqui alertou as autoridades sobre o uso do urânio enriquecido. Escreveu vários livros e tratados dos quais eu conheço e li: Elétrons para a Guerra, Viagem à Lua, Princípios de Química e Física, etc.

Rômulo conheceu Von Braun, Albert Einstein e foi ministro de Getúlio Vargas, foi consultor e fundador da Comissão Nacional de Energia Nuclear aqui no Brasil, participou de conferência em Havard, Oxford, Primcenton e Ciccinati. Rômulo Argentiére (o Dr. Rômulo) casou-se em segundas núpcias, com Maria Inês (Inezinha), que fora muito minha amiga e que Aláh os tenham na vossa glória (ele era judeu da religião judaica).

Quando ele faleceu, eu estudava em Patos em 1995, e ensinava em Caicó na ECCAM, fiquei muito triste, mas o Dr. Rômulo deixou um legado do saber no mundo, embora já lhe esqueceram mas ele participou do avanço da ciência, engenharia e da matemática, e a sua biblioteca, em vida doou para a Universidade do RN, tive o privilégio de conhecer pessoalmente e poder conversar e aprender.

Um comentário:

Alexandre disse...

Ola Sr Francisco.

Tudo bem???

Meu nome é Alexandre Fernandes, eu moro em Belo Horizonte MG, e hoje eu tenho 41 anos, quando eu tinha 10, minha mãe me deu uma coleção de livros, a maioria era do Rómulo Argentière, e estes livros eu os guardo desde esta época ate hoje, eles me incentivaram em minha carreira tecnologia. Quando tinha uns 13 anos eu me interessei tanto pelos livros que vivia lendo-os sempre pois morava numa cidade do interior de Minas Gerais chamada Inhapim, Lá não tinha nada para fazer e eu vivia imaginando todas aquelas coisas escritas pelo Rómulo, e cada vez mais admirando a pessoa que escreveu. Na época eu achava que era uma mera tradução, ate que ouvi comentários que eram realmente escrito pelo Rómulo, nem acreditei!!! Entre 15 a 39 anos fiz o possível para escrever uma carta para ele para dar os parabéns. Mas quando vi uma noticia na internet, já atrasada (http://super.abril.com.br/superarquivo/2002/conteudo_266266.shtml), que descobri que ele morreu como uma pessoa que não valia nada "as minguas", me deu uma revolta doida com este pais traiçoeiro, que prefere pagar milhões para jogadores de futebol, políticos e puxa saco, e deixar um cientista como ele sem consegui ao menos aposentar. Depois disto eu cheguei a conclusão que es Estados Unidos merece ser o dono do mundo mesmo, pois ate os cientistas que faziam bomba contra os EUA, eram bem tratados lá enquanto aqui só roubalheira!!!!!! (Desculpe o desabafo).

Acho que voce foi privilegiado de ter conhecido o Rómulo Argentière.

Existe algumas coisas que eu gostaria de saber sobre ele, se voce quiser/puder me falar ficarei muito grato. Uma dela é:
Ele tinha família, filhos, antes de encontrar a Inezinha???
Sei que ele possui muitas publicações, e nesta epoca era muito dinheiro, por que ele morreu tão pobre??? (Eu acho que pode ter sido editoras que não tem escrúpulos).

Grande abraço para o Sr.
Adorei seu Blog.
Alexandre